2023 foi o ano mais quente já registrado nos últimos 100 mil anos, diz observatório europeu
09/01/2024 11:17 em Notícias

Com temperaturas em níveis recordes, o ano de 2023 foi confirmado o mais quente já registrado, segundo relatório do observatório europeu Copernicus divulgado nesta terça-feira (9). Os cientistas já vinham alertando que isso aconteceria.

Pela primeira vez, todos os dias dentro de um ano ficaram 1°C acima do nível pré-industrial de 1850 a 1900 - sendo que, em metade de 2023, os termômetros chegaram a ultrapassar 1,5°C e, em dois dias de novembro, ficaram 2°C mais quentes. Foram as temperaturas mais altas nos últimos 100 mil anos.

 

A Terra está perto do 'limite seguro'

 

O documento do Copernicus revela um aquecimento violento, com diversos recordes diários e mensais quebrados.

A temperatura da Terra em 2023 ficou 1,48ºC acima do nível pré-industrial, antes do período de 1850 a 1900.

Isso é muito perto do 1,5ºC estabelecido por cientistas como “limite seguro” para evitar as consequências mais graves das mudanças climáticas.

Esse limiar de aumento da taxa média de temperatura global foi estipulado no Acordo de Paris para até o final deste século e a previsão é que não fosse atingido antes de 2030.

 

A taxa tem como referência os níveis pré-industriais, antes de as emissões de poluentes passarem a afetar significativamente o clima global.

Confira os principais pontos do relatório do Copernicus:

 

  • 2023 foi confirmado como o ano mais quente já registrado desde 1850.
  • temperatura média da Terra foi de 14,98ºC no ano passado, 0,17ºC acima do valor mais alto registrado em 2016 - até então considado o ano mais quente.
  • É provável que o período de 12 meses que termina neste mês ou mês que vem exceda em 1,5°C o nível pré-industrial.
  • As temperaturas médias anuais quebraram recordes - ou quase isso - em grande parte de todos os continentes, exceto na Austrália.
  • Todos os meses de junho a dezembro foram os mais quentes da história.

 

 

Efeito estufa e El Niño

 

Embora o fenômeno El Niño, que aquece as águas superficiais no leste do Oceano Pacífico, tenha influenciado, o calor extremo é resultado das contínuas emissões de gases de efeito de estufa.

Segundo o relatório do Copernicus, as concentrações de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono e metano, têm aumentado nos últimos anos e alcançaram níveis alarmantes em 2023.

COP 28

Em dezembro, o acordo final da COP 28, a 28ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), foi considerado um avanço ao prever a redução gradual do uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) para diminuir a emissão de gases de efeito estufa.

 

No entanto, o texto não especifica como será feita essa transição energética nem quais recursos financeiros serão utilizados. O acordo não fala em eliminar totalmente os combustíveis fósseis nem tampouco estabelece meta ou ano para que isso aconteça.

O documento reconhece a necessidade de reduções profundas, rápidas e sustentadas da emissão de carbono caso a humanidade queira limitar o aumento da temperatura global em 1,5ºC.

 

 

COMENTÁRIOS